Lula anuncia Haddad, Rui Costa, José Múcio, Dino e Mauro Vieira como ministros do futuro governo
13 de dezembro de 2022
Na última sexta-feira (09/12) em pronunciamento na sede de transição, em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o nome dos primeiros cinco futuros ministros que irão compor sua equipe ministerial no governo federal a partir de janeiro de 2023.
Vejamos a seguir o perfil de cada um dos futuros ministros anunciados, bem como as suas principais pautas:
Ministério Fazenda, durante o governo Bolsonaro foi agregado à pasta da Economia: Será comandado por Fernando Haddad.
Haddad é ex-prefeito de São Paulo (2013-2017). Foi ministro da Educação de 2005 a 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Integrou, ainda, o Ministério do Planejamento do governo Lula durante a gestão de Guido Mantega (2003–2004).
Haddad terá como desafios no ministério lidar com inflação alta e políticas macroeconômicas de crédito, tendo em vista que a atual taxa SELIC 13,75%, em constante crescente desde 2020 – quanto estava a 2% – desanima o investimento interno. Em função da nova PEC da Transição, fica também responsável por coordenar a nova âncora fiscal do teto de gastos para os próximos anos, conforme disposto no texto da PEC de Transição.
Desse modo, uma das maiores dificuldades de Haddad será apaziguar o ânimo do mercado financeiro, para isso, se aproxima de nomes conhecidos do mercado financeiro como André Esteves, atual presidente do BTG, Gabriel Galípolo, ex-CEO do Banco Fator com a finalidade de montar um corpo técnico pró-mercado do que aquele composto no grupo de transição.
Casa Civil: Será chefiada por Rui Costa.
Rui costa, atual governador da Bahia, sendo reeleito no ano de 2018. Iniciou sua carreira como Vereador de Salvador (2005-2007), posteriormente, foi eleito a deputado federal (2011-2014), licenciou-se da Câmara dos Deputados para assumir como Secretário de Estado da Casa Civil da Bahia (2012-2014).
Rui Costa é um habilidoso articulador político, que mesmo de origem sindicalista, conseguiu construir um governo de diálogo com a oposição e outros partidos que dominam mais de 80% das prefeituras da Bahia.
Ministério da Defesa: Assumirá José Múcio Monteiro.
Múcio foi ministro de Relações Institucionais durante a administração petista de 2007 a 2009 e deputado federal por quase duas décadas também presidiu o Tribunal de Contas da União (TCU). Era um dos principais cotados para a Defesa em razão de seu perfil articulador, político e de bom trânsito nas Forças Armadas.
O ex-ministro é considerado como um nome aceito entre os militares. Terá a tarefa de apaziguar as relações com as forças armadas, e segue a tradição dos governos petistas de nomear um civil para comandar a pasta como forma de interlocução entre os poderes.
Ministério da Justiça: Será comandada por Flávio Dino.
Dino é ex-governador do Maranhão e senador eleito, também foi deputado federal, fez carreira como juiz federal de 1994 a 2006. Na magistratura foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça, presidente da Associação dos Juízes Federal do Brasil e assessor da presidência do Supremo Tribunal Federal
O ex-governador já declarou ter como prioridade na pasta a interlocução com as forças policiais, mas sofre duras críticas ao anunciar possíveis restrições ao porte de armas, assim como parceria com o STF para investigar e punir grupos “anti-democraticos”.
Ministério das Relações Exteriores: Será coordenada por Mauro Luiz Iecker Vieira.
Foi chanceler no governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016. Posteriormente, foi representante do Brasil junto às Nações Unidas, foi também embaixador nos Estados Unidos (2010 – 2015) e na Argentina (2004 – 2010). Outras experiências na bagagem desempenhadas dentro do Ministério de Relações Exteriores, foi coordenador de Atos Internacionais, assistente do Secretário-Geral, assistente do Ministro de Relações Exteriores, chefe de Gabinete do Secretário-Geral e chefe de Gabinete do Ministro das Relações Exteriores.
Mauro Vieira foi o melhor nome recebido pelo mercado. Diplomata de carreira, seu ministério terá como objetivo restaurar o prestígio internacional do Brasil e o viés moderador do país. Mauro já anunciou que este será um governo diferente em termos de relações internacionais dos primeiros governos Lula, o qual buscará estar no centro de intermediações de conflitos como Ucrânia e Rússia, e das relações econômicas com China e a retomada do acordo Mercosul-União Europeia.
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