Partidos criam bloco de 142 deputados que divide o Centrão e desafia o poder de Arthur Lira

Cinco partidos de centro e de direita criaram formalmente na Câmara dos Deputados um bloco que reúne 142 (cento e quarenta e dois) dos 513 (quinhentos e trezes) deputados, isto é, um bloco que corresponde a 27% (vinte e sete por cento) da totalidade de parlamentares na Casa Legislativa. O líder do novo grupo parlamentar é o deputado Fabio Macedo (Podemos-MA) e conta com 29 (vinte e nove) vice-líderes.

A criação de blocos está prevista no regimento interno da Câmara, que dispõe que dois ou mais partidos podem se unir em bloco para atuação política conjunta. Como maior bloco da Casa, o grupo terá mais espaço na participação em comissões mistas, formadas por deputados e senadores segundo a proporcionalidade das bancadas de blocos e partidos

O Partido Republicanos (REPUBLIC), que integra o trio do centrão ao lado do Partido Liberal (PL) e do Partido Progressista (PP), também vindo aderir ao bloco o MDB, PSD, Podemos e PSC, formando a maior força política da Câmara dos Deputados

Cumpre rememorar que o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido Social Democrático (PSD) integram a base de apoio do Presidente Lula. A movimentação reflete não apenas no cotidiano do Congresso, como também na próxima engrenagem para se montar a base do presidente Lula na sucessão da presidência da Câmara, em que Arthur Lira deixará o comando da Casa, no mês de fevereiro de 2025.

O bloco divide o centrão e desafia o poder do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A formalização do bloco foi informada pelos líderes do Republicanos, MDB, PSD e Podemos que sinalizaram ao presidente da Câmara a instituição bloco parlamentar.

No entanto, Lira sinalizou como positiva a medida da criação do bloco, visto que defende a redução dos partidos, em prol do fortalecimento partidário à sociedade, bem como a confiança no sistema partidário.

Destaca-se que, a união dos partidos do Republicanos, PSD, MDB teve como objetivo fazer frente às articulações de Lira.  Ademais, destaca-se que o PP e o União Brasil indicaram no início do ano uma possível formação de uma federação, porém barreiras regionais emperraram as negociações, juntas somam 108 (cento e oito) deputados.

O bloco parlamentar nasce com o simbolismo político de reunir o maior contingente de cadeiras da Casa Legislativa. Vejamos:

Destaca-se que, integrantes do Republicanos, que compõe o novo bloco dizem que pode haver estímulo para adesão a base do governo, embora haja o consenso de que partidos de centro e de direita não deve apoiar o governo. Observa-se que, as siglas devem atuar em conjunto na Câmara, e comportam, ao mesmo tempo, aliados e adversários do governo Lula.

Ademais, outra implicação da formação do bloco, diz respeito a longo prazo, trata-se da sucessão de Lira no comando da Câmara. O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), é considerado por vários parlamentares como um candidato de peso na Casa Legislativa.  Assim, com o novo bloco, outros nomes do centro e da direita, como o presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP) e Isnaldo Bulhões Jr. (AL), líder do MDB, possam entrar na disputa.

Salienta-se que a criação da nova força política na Câmara não significa que Lira deixará de ser peça fundamental no Congresso nacional, visto que na cadeira da presidência, somente ele tem o poder de pautar matérias e influenciar na distribuição de verbas do Orçamento, tendo ascendência inclusive sobre parlamentares do bloco recém-formado.

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