CONFIRMADO PEDIDO DE DEMISSÃO DE DECOTELLI DO MEC – ENTENDA A POLÊMICA
Atualizado em 01 de julho de 2020 às 12:28 pm
Carlos Alberto Decotelli, nomeado ministro da Educação na última quinta-feira (25/6), pediu demissão do cargo na tarde desta terça-feira (30/6), 5 (cinco) dias após ter sido nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro.
A decisão ocorre antes mesmo de assumir oficialmente a pasta, considerando que a posse de Decotelli, que estava marcada para esta terça-feira (30/6), foi suspensa por tempo indeterminado.
O presidente Jair Bolsonaro nomeou o economista Carlos Alberto Decotelli para comandar o Ministério da Educação, em substituição à Abraham Weintraub na última quinta-feira (25), conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU). Desde que Abraham Weintraub deixou o comando do MEC, na semana passada, Bolsonaro consultou diferentes núcleos do governo para definir o substituto.
Decotelli já havia presidido o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no início do governo. Oficial da Marinha da reserva e professor na área de finanças e gestão, chegou ao cargo apoiado por ministros e oficiais militares de alta patente. A nomeação de Carlos Alberto Decotelli foi publicada em edição extra do Diário Oficial da Unidão (DOU), na última quinta-feira (25/6).
O nomeado foi elogiado por seus pares pela formulação de políticas de educação ainda durante a transição de governo, em 2018, e pela condução do FNDE, embora tenha ficado apenas seis meses à frente do cargo.
Contudo, a revelação de uma série de inconsistências em seu currículo acadêmico colocou o recém-nomeado ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, em uma situação delicada.
Entenda a Polêmica
As inconsistências começaram a aparecer depois que o próprio reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, afirmou que o novo nome anunciado para o MEC nunca concluiu o doutorado e que a tese dele foi reprovada, justamente o contrário do registrado no currículo do professor.
São três os pontos questionados no currículo de Decotelli:
- – denúncia de plágio na dissertação de mestrado da Fundação Getúlio Vargas (FGV);
- – declaração de um título de doutorado na Argentina, que não teria obtido;
- – pós-doutorado na Alemanha, não realizado.
No currículo de Decotelli constava um doutorado pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, mas o próprio reitor da instituição, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título, informação antecipada pela coluna Mônica Bergamo. Ainda, há rumores de plágio na dissertação de mestrado. A Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também informou que o novo ministro não possui título de pós-doutorado da instituição, ao contrário do que constava em seu currículo.
A situação de Decotelli ficou ainda mais crítica com a divulgação de uma nota pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) negando que ele tenha sido professor das escolas da instituição. Segundo a fundação, ele atuou como professor colaborador “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos”.
Decotelli fez parte da transição do governo no grupo, de forte presença militar, que discutia educação. Com a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez para o comando da pasta, ele assumiu o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e deixou o cargo em agosto de 2019, depois que o governo negociou a entrega do cargo a nome indicado pelos partidos do Centrão.
Acesse a íntegra do decreto de nomeação de Carlos Alberto Decotelli, de 25 de junho de 2020.
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