Copom eleva taxa básica de juros a 11,75%, maior patamar em 5 anos
22 de março de 2022
A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. A Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Desse modo, quando o Banco Central altera a meta para a taxa Selic, a rentabilidade dos títulos indexados a ela também se altera e, com isso, o custo de captação dos bancos modifica. Assim uma redução da taxa Selic, por exemplo, diminui o custo de captação dos bancos, que tendem a conceder empréstimos com juros menores.
De outro modo, quando a Selic sobe os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Tal fato desestimula o consumo e favorece a queda da inflação. Portanto, quando a Selic diminui realizar empréstimo acaba por ficar mais em conta, já que os juros cobrados nessas operações ficam menores e com isso estimula o consumo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, decidiu, por unanimidade, na sua 245ª reunião, realizada na última quarta-feira (16/03), elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 11,75% ao ano. O objetivo da elevação é conter as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas e diante do cenário externo, envolvendo o conflito entre a Rússia a Ucrânia o ambiente se deteriorou substancialmente.
Na última reunião, que ocorreu no início do mês de fevereiro, o Copom havia elevado a taxa dos 9,25% anteriores para 10,75%, o comitê já havia enfatizado que o futuro da política monetária poderia ser ajustado para assegurar a convergência da inflação para suas metas e dependeria da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
Para a próxima reunião, marcada para o início de maio, o Copom sinalizou que pretende realizar outro ajuste da mesma magnitude, ou seja, em mais 1,00 ponto percentual, visando preservar a sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Desse modo, de acordo com o cenário, a previsão é de que o Comitê na próxima reunião eleve a taxa Selic para 12,75% a.a. Esse foi o nono reajuste consecutivo na taxa Selic. Os juros são o maior patamar desde abril de 2017, quando estavam em 12,25% ao ano. Entretanto, apesar da alta, o Banco Central reduziu o ritmo do aperto monetário. Após, três aumentos seguidos de 1,5 ponto percentual, a taxa foi elevada em 1 ponto percentual.
Diante desse contexto, o cenário pressupõe uma alta de juros que sobe para 12,75% em 2022 e cai para 8,75% em 2023.
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