DEFINIDA A COMISSÃO MISTA QUE IRÁ ANALISAR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

30 de abril de 2019

Na terça-feira (23/04) a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, aprovou por 48 votos favoráveis a 18 votos contrários, a admissibilidade da reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro (PEC n° 6/2019).

Para viabilizar a aprovação na CCJ, o relator Deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL/MG), apresentou uma complementação de voto para retirar quatro pontos da proposta do Executivo, apontados pelo relator como em desacordo com a Constituição.

Foram extraídos os trechos que tratam do fim do recolhimento mensal e da multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aposentados que continuam trabalhando; da possibilidade de retirar do texto constitucional a definição da idade para a aposentadoria compulsória do servidor público, transferindo a disciplina da matéria para lei complementar; da criação de prerrogativa exclusiva do Poder Executivo para propor mudanças nas aposentadorias; e a extinção da Justiça Federal em Brasília para a propositura de ações que versem em face da União.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 6/19 pretende reformar o sistema de Previdência Social para os trabalhadores do setor privado e para os servidores públicos de todos os Poderes e de todos os entes federados (União, estados e municípios). A idade mínima para requerer a aposentaria será de 65 (sessenta e cinco) anos para os homens e 62 (sessenta e dois) anos para as mulheres. No texto fica estabelecido regras de transição para os atuais contribuintes.

Tramitação da Reforma da Previdência

O texto, em tramitação há dois meses na Câmara dos Deputados, teve a sua aprovação da análise de admissibilidade/constitucionalidade aprovada na CCJ, a matéria segue agora para a análise da Comissão Especial que irá examinar o mérito da matéria.

Na última quinta-feira (25/04) foi instalada a Comissão Especial que analisará a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro (PEC 6/19). Em reunião com o presidente da Câmara, Deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), líderes partidários indicaram como presidente da Comissão Especial o Deputado Federal Marcelo Ramos (PR/AM), sendo eleito por 40 votos, ele designou como relator da proposta o Deputado Federal Samuel Moreira (PSDB/SP).

A Comissão Especial que analisará o mérito, será constituída por 49 membros titulares, dos quais já foram indicados 46, e igual número de suplentes – 43 nomeados até o presente momento.

Confirma abaixo os membros titulares e suplentes já definidos na Comissão:

Presidente: Marcelo Ramos (PR/AM)
1º Vice-Presidente: Silvio Costa Filho (PRB/PE)
2º Vice-Presidente:
3º Vice-Presidente:
Relator: Samuel Moreira (PSDB/SP)

TITULARES SUPLENTES
PSL/PP/PSD/MDB/PR/PRB/DEM/PSDB/PTB/PSC/PMN
Alexandre Frota (PSL/SP) Alan Rick (DEM/AC)
Arthur Oliveira Maia (DEM/BA) Cezinha de Madureira (PSD/SP)
Beto Pereira (PSDB/MS) Daniel Silveira (PSL/RJ)
Bilac Pinto (DEM/MG) Eduardo Costa (PTB/PA)
Capitão Alberto Neto (PRB/AM) Eduardo Cury (PSDB/SP)
Cleber Verde (PRB/MA) Evair Vieira de Melo (PP/ES)
Daniel Freitas (PSL/SC) Flaviano Melo (MDB/AC)
Daniel Trzeciak (PSDB/RS) Geninho Zuliani (DEM/SP)
Darci de Matos (PSD/SC) Guilherme Derrite (PP/SP)
Darcísio Perondi (MDB/RS) João Campos (PRB/GO)
Delegado Éder Mauro (PSD/PA) João Carlos Bacelar (PR/BA)
Felipe Francischini (PSL/PR) Joice Hasselmann (PSL/SP)
Fernando Rodolfo (PR/PE) Júnior Bozzella (PSL/SP)
Filipe Barros (PSL/PR) Lafayette de Andrada (PRB/MG)
Giovani Cherini (PR/RS) Luiz Nishimori (PR/PR)
Guilherme Mussi (PP/SP) Marcelo Aro (PP/MG)
Heitor Freire (PSL/CE) Márcio Labre (PSL/RJ)
Jerônimo Goergen (PP/RS) Marco Bertaiolli (PSD/SP)
João Marcelo Souza (MDB/MA) Marx Beltrão (PSD/AL)
Marcelo Moraes (PTB/RS) Mauro Lopes (MDB/MG)
Marcelo Ramos (PR/AM) Nicoletti (PSL/RR)
Paulo Eduardo Martins (PSC/PR) Otoni de Paula (PSC/RJ)
Pedro Paulo (DEM/RJ) Paulo Azi (DEM/BA)
Reinhold Stephanes Junior (PSD/PR) Rodrigo de Castro (PSDB/MG)
Ronaldo Carletto (PP/BA) Vinicius Carvalho (PRB/SP)
Samuel Moreira (PSDB/SP) Vinicius Gurgel (PR/AP)
Silvio Costa Filho (PRB/PE) (Deputado do NOVO ocupa a vaga)
Valtenir Pereira (MDB/MT) 2 vaga(s)
(Deputado do NOVO ocupa a vaga)
PDT/PODE/SOLIDARIEDADE/PCdoB/PATRI/
CIDADANIA/PROS/AVANTE/PV/DC
Alex Manente (CIDADANIA/SP) Acácio Favacho (PROS/AP)
Alice Portugal (PCdoB/BA) Arnaldo Jardim (CIDADANIA/SP)
André Figueiredo (PDT/CE) Diego Garcia (PODE/PR)
Augusto Coutinho (SOLIDARIEDADE/PE) Fábio Henrique (PDT/SE)
Capitão Wagner (PROS/CE) Greyce Elias (AVANTE/MG)
Dr. Frederico (PATRI/MG) Pastor Eurico (PATRI/PE)
Léo Moraes (PODE/RO) Paulo Pereira da Silva (SOLIDARIEDADE/SP)
Luis Tibé (AVANTE/MG) Paulo Ramos (PDT/RJ)
Mauro Benevides Filho (PDT/CE) Perpétua Almeida (PCdoB/AC)
Professor Israel Batista (PV/DF) 1 vaga(s)
PT/PSB/PSOL/REDE
Carlos Veras (PT/PE) Ivan Valente (PSOL/SP)
Gleisi Hoffmann (PT/PR) José Guimarães (PT/CE)
Henrique Fontana (PT/RS) Luiza Erundina (PSOL/SP)
Joenia Wapichana (REDE/RR) Paulo Teixeira (PT/SP)
Jorge Solla (PT/BA) Pedro Uczai (PT/SC)
Sâmia Bomfim (PSOL/SP) Rubens Otoni (PT/GO)
3 vaga(s) 3 vaga(s)
NOVO
Paulo Ganime (NOVO/RJ) – vaga do PMN Adriana Ventura (NOVO/SP) – vaga do PMN
Vinicius Poit (NOVO/SP) Tiago Mitraud (NOVO/MG)

Confira quantas vagas foram distribuídas para cada um dos partidos:

A aprovação da PEC na Comissão Especial exigirá pelo menos 25 votos favoráveis. Salienta-se que tanto o presidente como o relator integram duas das treze legendas que já manifestaram intenção de alterar o texto.

Os partido PR, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP, PSDB, Pros, Solidariedade, Cidadania, Patriota e Podemos, que somam hoje 293 deputados na Casa, apresentaram um documento em que se posicionaram contra as mudanças no Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos carentes e da aposentadoria rural previstas sugeridas pelo governo Bolsonaro.

No caso do BPC, a equipe econômica quer criar duas faixas de benefícios para idosos carentes, aos 60 anos, com valor de R$ 400, e aos 70 anos, no valor de um salário mínimo (R$ 998). Atualmente, o BPC pode ser solicitado por idosos carentes aos 65 anos, no valor de um salário mínimo. Sem limite de idade, o benefício pago a pessoas carentes com deficiência não sofrerá nenhuma alteração.

Em relação à aposentadoria rural, a proposta do governo Bolsonaro aumenta para 60 anos a idade mínima para aposentar e eleva para pelo menos 20 anos como tempo de contribuição necessário. Atualmente as mulheres do campo podem se aposentar aos 55 anos – os homens, aos 60 –, e o tempo de contribuição exigido para ambos os sexos é de pelo menos 15 anos.

Prazos

A Comissão Especial da Reforma da Previdência é composta por 49 deputados titulares e 49 suplentes e possui um prazo de até 40 sessões do Plenário para ter o seu funcionamento.

Se aprovada a PEC na Comissão Especial, a proposta de reforma será analisada pelo Plenário da Câmara em dois turnos de votação. A aprovação exigirá pelo menos 308 votos. Caso isso aconteça, o texto seguirá para o Senado.

Com Informações da Agência de Notícias da Câmara dos Deputados

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