Eleições 2022: Cinco dos 12 candidatos à Presidência já foram confirmados em convenções
26 de julho de 2022
Nas últimas semanas, os partidos começaram a definir as suas chapas, coligações e candidatos à Presidência da República para as eleições de 2022 que ocorrerão em outubro próximo.
As Convenções Partidárias são o último “ato” antes do início oficial da campanha eleitoral, que este ano está marcada para começar no dia 16 de agosto. Nas convenções, os partidos reúnem os filiados para escolher os candidatos que vão disputar as eleições.
As convenções acontecem de 20 de julho a 5 de agosto. E os partidos possuem até o dia 15 de agosto para solicitar o registro de candidatura de quem vai concorrer.
O primeiro turno das eleições 2022 está marcado para 2 de outubro. O segundo turno, se houver, será em 30 de outubro.
Cinco dos doze pré-candidatos à Presidência da República já tiveram suas candidaturas confirmadas em convenções partidárias nesses primeiros quatro dias do prazo.
No último domingo (24), foram oficializadas as seguintes candidaturas: a do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputará a reeleição, e a de Léo Péricles (UP), que fará sua estreia em eleições nacionais. Antes deles, já haviam sido confirmados os nomes do ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), na quarta-feira (20); o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quinta-feira (21), e o do deputado federal André Janones (Avante), no sábado (23).
A seguir, apresentamos um breve perfil de cada um dos candidatos já confirmados:
André Janones (Avante)
Eleito para o primeiro mandato em 2018 como o terceiro deputado federal mais votado em Minas Gerais, com 178.660 mil votos, André Janones é advogado. Ex-cobrador de ônibus, foi filiado ao PT e chegou a disputar eleição para prefeito em Ituiutaba pelo PSC. Ganhou notoriedade durante a greve dos caminhoneiros, há quatro anos, atuando como uma das lideranças do movimento. O Avante formalizou a candidatura de Janones à Presidência da República neste sábado (23), durante convenção nacional da legenda.
Ciro Gomes (PDT)
Foi deputado federal, prefeito de Fortaleza e governador do Ceará. Ciro Gomes ocupou também os cargos de ministro da Fazenda (no governo Itamar Franco) e da Integração Nacional (no governo Lula). Disputou as eleições presidenciais em três oportunidades: em 1998 e 2002, pelo PPS, e a de 2018, pelo PDT. Ficou em terceiro lugar na última, quando obteve 13,3 milhões de votos no primeiro turno. Na última quarta-feira (20), o PDT oficializou Ciro Gomes como candidato à Presidência da República.
Jair Bolsonaro (PL)
Foi eleito presidente da República em 2018, pelo PSL. Em novembro de 2019, Bolsonaro deixou o partido devido a desentendimentos com líderes da legenda e, após dois anos, filiou-se ao PL em novembro passado.
Capitão reformado do Exército, foi deputado federal pelo Rio de Janeiro por sete mandatos, de 1991 a 2018. No último domingo (24), durante convenção do Partido Liberal (PL), no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, Bolsonaro oficializou a sua candidatura à reeleição, anunciando o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto, como candidato a vice em sua chapa.
O atual presidente da República vai tentar sua reeleição pelo Partido Liberal (PL), um dos principais do chamado “centrão”. Bolsonaro foi eleito presidente nas eleições de 2018 pelo Partido Social Liberal (PSL) com 57.797.847 de votos – 55,1% dos votos válidos.
Leonardo Péricles (UP)
Partido mais novo do Brasil, registrado pelo TSE em 2019, a Unidade Popular (UP) participará pela primeira vez da eleição à Presidência da República. No último domingo (24), em convenção realizada em Natal, no Rio Grande do Norte, o UP confirmou a candidatura de Leonardo Péricles, 40 anos, à Presidência da República. Morador de uma ocupação urbana em Belo Horizonte, Péricles é líder do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Ele e Vera Lúcia (PSTU) são os únicos negros na disputa pela Presidência da República. A dentista Samara Martins foi oficializada pela sigla como vice na chapa.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Governou o país entre 2003 e 2010 e, após obter vitórias em 20 processos judiciais, ficou livre para disputar a Presidência da República pela sexta vez. Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de participar das eleições de 2018 por ter sido condenado e preso no processo do triplex do Guarujá, no âmbito da Lava-Jato.
No ano passado, o STF anulou as condenações contra ele, por entender que o caso não cabia à Justiça Federal do Paraná. Na última quinta-feira (21), o Partido dos Trabalhadores e a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) confirmaram em convenção nacional os nomes de Lula e Alckmin como candidatos a presidente e vice, respectivamente.
PRÉ-CANDIDATOS AINDA SEM ANÚNCIO OFICIAL
Apesar de ainda não estarem com os nomes definidos oficialmente, outros partidos já têm data marcada para apresentarem os seus candidatos a presidente nas eleições de 2022.
Eymael (Democracia Cristã) – Convenção dia 31 de julho em São Paulo (SP)
Presidente do partido Democracia Cristã, Eymael, 82 anos, disputou a Presidência da República em cinco oportunidades. Nunca foi para o segundo turno e, no pleito de 2018, fez 0,04% dos votos.
Venceu somente duas eleições, em 1986 e 1990, para deputado federal por São Paulo.
Felipe D’Avila (Novo) – Convenção dia 30 de julho, em São Paulo (SP)
Formado em Ciência Política e com mestrado em Administração Pública, fundou o Centro de Lideranças Públicas, voltado às boas práticas de gestão, e o VirtuNews, plataforma de jornalismo de dados sobre política e economia.
Ex-filiado ao PSDB, nunca exerceu cargo eletivo, mas concorreu em 2018 nas prévias tucanas, vencidas por João Doria, para escolher o candidato a governador de São Paulo.
Luciano Bivar (União Brasil) – Convenção dia 05 de agosto, em São Paulo (SP)
O deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco, é o pré-candidato do União Brasil, partido do qual é presidente e que nasceu da fusão entre o DEM e o PSL. Está no terceiro mandato na Câmara dos Deputados.
Em 2006, disputou a Presidência da República pelo PSL, conquistando pouco mais de 0,06% dos votos. Em 2018, Jair Bolsonaro foi eleito pelo partido, mas ambos romperam em alguns meses.
Pablo Marçal (PROS) – Convenção dia 30 de julho, sem local definido
O pré-candidato se apresenta como “cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding e jurista por formação”.
Natural de Goiânia, ficou conhecido após precisar do resgate dos bombeiros junto a um grupo na Serra da Mantiqueira sob condições climáticas desfavoráveis no mês de janeiro.
Simone Tebet (MDB) – Convenção dia 27 de julho, de forma virtual
Senadora em primeiro mandato, Simone Tebet, 51 anos, iniciou sua trajetória política em 2002, quando foi eleita deputada estadual no Mato Grosso do Sul. Em 2015, conquistou cadeira no Senado, onde presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por dois anos. Ganhou notoriedade na CPI da Covid, participando como representante da bancada feminina, da qual é líder.
Sofia Manzano (PCB) – Convenção dia 30 de julho, em São Paulo (SP)
Natural de São Paulo, é economista, doutora em História Econômica pela USP e militante do PCB desde os 17 anos. Sofia Manzano é professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e foi candidata a vice-presidente da República em 2014, na chapa liderada por Mauro Iasi.
Vera Lúcia (PSTU) – Convenção dia 31 de julho, em São Paulo (SP)
Vera Lúcia é socióloga e tem 55 anos. Natural de Inajá, no interior de Pernambuco, foi operária da indústria calçadista, onde teve início seu envolvimento com o movimento sindical. Em 2020, foi a primeira candidata negra à prefeitura de São Paulo, recebendo 0,06% dos votos válidos.
Diante disto, a próxima convenção nacional a ser realizada para confirmar um candidato ao Palácio do Planalto está marcada para a quarta-feira (27). O evento será virtual e foi mantido mesmo após pressão do grupo da legenda que é contrário à candidatura própria e defende uma aliança com Lula ainda no primeiro turno.
Ainda há uma indefinição sobre quem será o vice na chapa, embora o mais cotado hoje seja o tucano Tasso Jereissati. O PSDB confirmará o apoio aos emedebistas no mesmo dia, em conjunto com o Cidadania, que está federado ao partido.
A seguir o roteiro:
30 de julho – Sábado
No sábado (30), outros três partidos confirmarão candidatos à Presidência da República. O Novo vai oficializar Luiz Felipe D’Ávila, o PROS deve referendar Pablo Marçal, e o PCB vai avalizar o nome de Sofia Manzano.
31 de julho – Domingo
No domingo (31) será a vez de José Maria Eymael ser confirmado pelo Democracia Cristã, e Vera Lúcia ter seu nome oficializado pelo PSTU.
05 de agosto – Sábado
No dia 5 de agosto, último do prazo previsto no calendário eleitoral, o União Brasil vai confirmar o nome de Luciano Bivar. Todas as candidaturas devem ser registradas até o dia 15 de agosto no TSE para que possam concorrer ao Palácio do Planalto. A campanha começa oficialmente no dia 16.
AGF Advice Consultoria Legislativa, Tributária e Empresarial