Lula libera ministros para retornarem ao Congresso e ajudar a eleger Lira e Pacheco
31 de janeiro de 2023
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal elegem neste dia primeiro de fevereiro de 2023, os presidentes das respectivas casas e suas mesas diretoras. Em razão de chapas de oposição que ganham força nas últimas semanas em preparação para a eleição, o presidente Lula pediu para que seus ministros com cargos eletivos se licenciem para ficarem aptos a votar em Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A licença é uma obrigação para os ministros que precisam tomar posse para os seus cargos eletivos, a contar todos os deputados federais eleitos e reeleitos, e os senadores eleitos. Tal pedido se estende também para Carlos Fávaro, senador já exercendo mandato e que sua ausência serve para somar mais um voto na chapa de Rodrigo Pacheco no senado.
A chapa de oposição no senado ganha força em torno dos nomes de Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (PODEMOS-CE). Senadores do PL (13), Republicanos(4) e senadores do PP (6) declararam apoio em torno do nome de Rogério Marinho, totalizando 23 votos. No entanto, partidos como PSDB (3) declararam ser oposição a Rodrigo Pacheco como forma de ser oposição ao governo de Lula, flutuando em apoios entre Eduardo Girão e Rogério Marinho. Tal divisão foi motivo da saída da senadora Mara Gabrilli do PSDB na semana passada para o PSD, partido de Rodrigo Pacheco.
No PSD, três declaram voto em Rogerio Marinho, dos 15 parlamentares da bancada: Nelsinho Trad (PSD-MS), Samuel Araújo (PSD-RO) e Lucas Barreto (PSD-AP) —rival político de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN) conseguiu o apoio público do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), e de integrantes do PSDB e do PSD, sigla do presidente atual, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Tanto Rogério Marinho quanto Eduardo Girão contam com votos de dissidentes de legendas que fazem parte do governo e declararam já votos de bancada em Rodrigo Pacheco, incluindo para se citar MDB com (10) senadores. No entanto, é importante lembrar que são necessários 41 votos dos 81 para eleger o presidente do senado, e Rodrigo Pacheco conta com 46 votos se contabilizados todos os votos de legendas que declararam apoio à sua candidatura. Poderá repetir o resultado de 2021, que fechou em 57.
No entanto, lembramos que o voto é secreto, e que será possível vencer em primeiro turno, dizem aliados de Pacheco.
Na câmara de deputados a votação está mais consolidada em torno do nome de Arthur Lira que consolidou apoio tanto do PT e da base governista, quanto de partidos aliados ao ex-presidente Bolsonaro como PL e Republicanos.
As candidaturas que fazem oposição à Arthur Lira são candidaturas de posicionamento, que servem para fortalecer alguns nomes e bancadas junto à mídia, valendo citar o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) que se lança como um candidato de oposição à Arthur Lira.
Segue lista dos ministros que tomam posse e/ou se licenciam das funções ministeriais para votarem nas eleições da Mesa Diretora no Congresso Nacional.
Os Senadores:
- Senador em mandato – 2019 – 2027, Carlos Fávaro (PSD-PR), ministro da Agricultura
- Senador eleito – 2023- 2031, Camilo Santana (PT-CE), ministro da Educação
- Senador eleito – 2023- 2031, Wellington Dias (PT-PI), ministro do Desenvolvimento Social
- Senador eleito – 2023- 2031, Renan Filho (MDB-AL), ministro dos Transportes
- Senador eleito – 2023- 2031, Flávio Dino (PSB-MA), ministro da Justiça
Os deputados federais:
- O deputado reeleito Alexandre Padilha (PT-SP), secretário de Relações Institucionais
- O deputado reeleito Paulo Pimenta (PT-RS), secretário de Comunicação
- O deputado reeleito Juscelino Filho (União-MA), ministro das Comunicações
- O deputado eleito Paulo Teixeira (PT-SP), ministro do Desenvolvimento Agrário
- O deputado eleito Luiz Marinho (PT-SP), ministro do Trabalho
- A deputada eleita Daniela Carneiro (União-RJ), ministra do Turismo
Cabe lembrar que o recurso de ministros e secretários nomeados com cargos eleitos e empossados tem a prerrogativa para licenciarem para participarem de votações importantes no congresso ou em autarquias e órgãos institucionais e acontecerá recorrentemente quando o governo precisar engrossar suas votações no congresso, especialmente sobre os ministros de partidos de centro mas que fazem parte da base governista como União Brasil, MDB e PSD.