Projeto de lei busca excluir IBS e CBS da base de cálculo dos atuais tributos

12 de fevereiro de 2025

Os deputados federais da bancada do Partido Novo, por iniciativa do deputado Gilson Marques (SC), protocolaram, na última quinta-feira (6), o Projeto de Lei Complementar n° 16/2025, que visa excluir os novos tributos – IBS e CBS – da base de cálculo dos atuais impostos sobre o consumo – IPI, ICMS e ISS.

Esse Projeto de Lei Complementar já vem para alterar a recém sancionada Lei Complementar n° 214/2025, uma vez que a atual redação da Lei que instituiu IBS, CBS e IS não cumpre com um dos principais pilares da Reforma Tributária estabelecida que é o cálculo do tributo “por fora”, para simplificar o sistema e não haver majoração de carga.

Na reta final da tramitação da Emenda Constitucional nº 132, de 2023, que inaugurou a reforma tributária sobre o consumo, foram alterados os artigos 156-A e 195, que explicitavam que IBS e CBS não estariam na base dos demais tributos sobre consumo. A medida é importante para a fase de transição, que começa no ano que vem e vai até 2032, pois durante esses anos os tributos novos e atuais vão coexistir.

A aprovação do PLP n° 16/2025 faz com que os atuais impostos (ICMS, ISS e IPI) atendam ao princípio da simplicidade tributária, que passou a estar expresso na Constituição Federal. A medida, além de garantir que não haja oneração aos contribuintes, também evita uma judicialização precoce, à exemplo da famosa tese de não incidência do ICMS na base do Pis e da Cofins, o que geraria ainda mais insegurança jurídica ao cenário tributário.

Para que efetive o proposto, o PLP n° 16/2025 altera também a Lei Kandir (Lei Complementar n° 87/96), que, na redação atual do seu artigo 13 prevê que os tributos da operação compõem a base de cálculo do ICMS.

Embora a atual redação da EC 132/2023 e da LC n° 214/2025 prevejam que a base de cálculo dos novos tributos é o “valor da operação”  isso poderia ser interpretado como a exclusão automática de tributos, o que está expresso é que o ICMS não está na base do IBS e da CBS, mas não o contrário.

O autor da proposta, deputado Gilson Marques (NOVO/SC), em sua justificativa, argumenta que o projeto é necessário para evitar insegurança jurídica. “A ausência de um regramento claro poderia gerar um elevado contencioso tributário, com grandes riscos de derrotas para a União, Estados, Distrito Federal e municípios”.

O proposto, de fato atende a uma inquietude dos contribuintes, que é a segurança de não mais haver a incidência de tributos sobre tributos, o que, além de onerar, acaba trazendo mais complexidade ao sistema.

Além de o autor, os deputados Ricardo Salles (NOVO/SP), Adriana Ventura (NOVO/SP) e Marcel van Hattem (NOVO/RS) assinaram o PLP n° 16/2025, que deve ser apreciado pela Câmara de Deputados e, se aprovado, pelo Senado Federal.

Situação Legislativa:

A matéria encontra-se aguardando despacho do Presidente da Câmara dos Deputados.

Acesse AQUI a íntegra do Projeto de Lei Complementar n° 16, de 2025.

AGF Advice Consultoria Legislativa e Relações Governamentais