PSL FAZ ACORDO PARA REELEGER RODRIGO MAIA E AGILIZAR AGENDA FISCAL
04 de janeiro de 2019
O presidente nacional do PSL e deputado federal eleito, Luciano Bivar (PE), afirmou o apoio do partido à candidatura do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que busca a recondução ao cargo para a mesa diretora da casa em fevereiro. A equipe econômica de Bolsonaro comemorou o cenário de provável reeleição de Maia, o que facilitaria a aprovação das reformas econômicas.
A negociação com o PSL foi possível após o afastamento do PP do grupo de partidos que apoia o presidente da Câmara. Maia vinha negociando um bloco parlamentar que contaria com quase todos os partidos do Legislativo, com exceção de PSL e PT. Esse grupo dividiria as principais comissões da Câmara, como a de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças e Tributação (CFT), e os cargos de direção da Casa, deixando de fora o PSL de Bolsonaro, num sinal de independência. Agora, o PSL ficará com a presidência das duas comissões e a 2ª vice-presidência.
Um dos principais formuladores do bloco era o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), que vinha se queixando sobre “o andamento do processo” sucessório na Casa e sondou líderes partidários sobre o que pensavam. A maioria reafirmou apoio a Maia, que viu nas conversas espaço para uma traição do PP, com apoio a algum outro candidato do governo em troca de espaço no Executivo.
O PP é a terceira maior bancada da Câmara, com 37 deputados, enquanto o PSL é a segunda, com 52. PSDB, PR, PSD, SD, PTB e PPS já estão praticamente fechados pela reeleição dele. O PRB, que tinha como candidato o deputado João Campos (GO), informou que irá retirar a candidatura e apoiará Maia. A sigla deve indicar o 1º vice-presidente da Câmara.
Todos os demais concorrentes mantiveram suas candidaturas e afirmaram que, como o voto é secreto, há margem para crescerem. Os partidos de oposição também estão com o acordo encaminhado, mas querem analisar os termos da composição inesperada com o PSL. “O compromisso do Rodrigo era não pautar de forma açodada nenhum projeto polêmico, temos que ver em qual base foi esse acordo”, disse o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE). Já o presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que está aberto ao diálogo em torno de outras candidaturas, mas tendência é apoiar Maia. PCdoB e PSB devem seguir o mesmo caminho.
Maia agora vai atrás de consolidar os votos no PT, que tem 55 deputados. Ele visita o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), na próxima semana. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), defendeu a construção de candidatura alternativa, com o resto da oposição, mas o líder da sigla na Câmara, Paulo Pimenta (RS), ponderou que o partido conversa com todo mundo e nos próximos dias vai avaliar a possibilidade de estar ou não ao lado de Maia
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que a reeleição de Maia é positiva para as reformas, pois ele já as defendeu no governo Temer. O secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, foi na mesma linha. Sempre foi apoiador da agenda, inclusive na reforma da qual foi relator, a trabalhista.
Com Informações do Valor Econômico