REVIRAVOLTA NAS ELEIÇÕES PARA O SENADO FEDERAL – 85% DE RENOVAÇÃO
Atualizado em 08 de outubro de 2018 às 7:38 pm
Dos 54 senadores eleitos neste domingo, apenas 8 disputavam a reeleição, sendo que os outros 25 que buscavam continuar no cargo foram derrotados.
Alguns dos principais líderes do Senado Federal, inclusive seu presidente, Eunício Oliveira (MDB/CE), Romero Jucá (MDB/RR), Cássio Cunha Lima (PSDB/PA), Sarney Filho (PV/MA), Edison Lobão (MDB/MA) – atual Presidente da CCJ, Eduardo Suplcy (PT/SP), Cristovam Buarque (PPS/DF), Magno Malta (PR/ES) e até a ex-presidente Dilma Rousseff (PT/MG), não tiveram sucesso nesta eleição.
Bancada do MDB (redução de 18 para 12 senadores)
O MDB, até então líder em número de senadores, perderá parte significativa de sua bancada – de 18 para 12 parlamentares. Contudo, continuará a ser o maior do Senado, onde a tradição é que o maior partido indique o presidente. O atual, Eunício Oliveira, foi derrotado mesmo após articular, com apoio do do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a retirada das candidaturas dos adversários mais fortes.
Outros dos principais senadores do MDB, como o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (MA) e o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (RN), foram derrotados. Líder dos governos Lula, Dilma e Temer, o presidente do MDB, Romero Jucá, enfrentava eleição acirrada – estava em terceiro, também não conseguiu ser reeleito.
Entre os emedebistas, só os ex-presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), além de Eduardo Braga (AM), tiveram sucesso ontem. Calheiros e Barbalho tiveram o auxílio de seus filhos, que terminaram em primeiro lugar na disputa pelos governos locais. Além disto, Calheiros rompeu com o Presidente Temer e aliou-se ao PT, garantindo seu mandato.
Bancada do PSDB (redução de 12 para 8 senadores)
O resultado foi péssimo para o PSDB, que diminuiu de 12 para 8 senadores e viu seus principais líderes com derrotas fragorosas.
Quatro vezes governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) acabou com meros 7% dos votos válidos para o Senado. Ex-governador do Paraná por duas vezes, Beto Richa (PSDB) ficou com 3%. Já os líderes do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), e da Câmara dos Deputados, Nilson Leitão (MT), foram derrotados por aliados de Bolsonaro.
Bancada do PT (redução de 9 para 6 senadores)
O PT apostava na candidatura de Dilma e no ex-senador Eduardo Suplicy (SP), que lideraram as pesquisas durante toda a campanha, mas caíram no final. Dilma foi a candidata a senadora que mais gastou na campanha, com despesas de R$ 4,17 milhões – o teto para o cargo era R$ 4,2 milhões. Alvo de um impeachment há dois anos que seu partido acusou como um golpe, ela terminou em quarto lugar, com 15,35% dos votos válidos.
Os petistas ainda perderam dois de seus mais simbólicos representantes no Senado, Lindberg Farias (RJ) e Jorge Viana (RJ). Só dois foram reeleitos: Paulo Paim (RS) e Humberto Costa (PE). A sigla caiu de 9 para 6 senadores. Foi ultrapassada pelo PSD, com 7, e está empatada com o PP.
Dois partidos GANHARAM parlamentares no Senado – a bancada do PSL e da REDE.
Bancada do PSL (elegeu 4 senadores)
O PSL do presidenciável Jair Bolsonaro elegeu quatro senadores:
Deputado estadual Flávio (RJ)
Deputado major Olímpio (SP)
A ex-juíza Selma Arruda (MT) e
Aadvogada Soraya Thronicke (MS).
Apesar do salto, é só o 9º partido, o que indicará que Bolsonaro precisará negociar para formar maioria caso eleito. Um dos principais aliados dele, o senador Magno Malta (PR-ES), foi derrotado, mas o eleito é Marcos do Val (PPS), um consultor de segurança que faz sucesso nas redes sociais e tem perfil parecido com o presidenciável.
A coligação de Bolsonaro terá apenas 5% do Senado, sendo que na Câmara a representação de sua bancada, caso eleito, está muito mais consistente. Ressalta-se que está longe da maioria da Casa (41), quiçá da base de apoio suficiente para aprovar mudanças na Constituição Federal (49 senadores). O presidenciável terá que negociar com outras legendas, mas também conta com aliados em outros partidos, como Jorginho Mello (PR-SC), Luís Carlos Heinze (PP-RS) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ), três deputados federais.
Bancada da Rede (elegeu 4 senadores)
Uma das novidades da disputa foi a eleição de cinco senadores do Rede, partido da presidenciável Marina Silva. Além da reeleição de Randolfe Rodrigues (AP), que recebeu o maior percentual de votos do país, a sigla elegeu novatos como o ex-delegado-geral da Polícia Civil de Sergipe, Alessandro Vieira, e o capitão Styvenson (RN), famoso por gravar blitz da Lei Seca e que se recusou a fazer campanha para Marina.
PANORAMA ELEIÇÕES SENADO FEDERAL
O Senado tem 81 senadores, três por Estado, com mandatos de oito anos. Nesta eleição tiveram que renovar seus mandatos dois terços da Casa (54). Os outros 27 ficarão até 2023 – e, por isso, o MDB manteve ligeira vantagem, já que tinha mais parlamentares em meio de mandato.
O Senado apresenta, assim, maior fragmentação partidária, o que deve dificultar a negociação do presidente eleito.
Parte dos novos senadores nunca teve mandato eletivo e significará uma renovação no Legislativo, como a ex-jogadora de vôlei Leila (PSB-DF) e o Professor Oriovisto Guimarães (Pode), ex-presidente do grupo Positivo. Outros são deputados, como Marcos Rogério (DEM), seguidor do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) no Conselho de Ética, e Irajá Abreu (PSD-TO), filho de Kátia Abreu (PDT). Um dos reeleitos, é o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).
Vejamos a nova composição:
- MDB – 12
- PSDB – 8
- DEM – 7
- PDT – 6
- PP – 6
- PSD – 6
- PT – 6
- PSB – 5
- REDE – 5
- PSL – 4
- PTB – 4
- PHS – 2
- PPS – 2
- PR – 2
- PODE – 1
- PRB -1
- PROS -1
- PRP – 1
- PSC – 1
- SD – 1
- AVANTE – 0
- DC – 0
- NOVO – 0
- PATRI – 0
- PCB – 0
- PCdoB – 0
- PCO – 0
- PMB – 0
- PMN – 0
- PPL – 0
- PRTB – 0
- PSOL – 0
- PSTU – 0
- PTC – 0
- PV – 0
Com informações da Agência Senado