Superior Tribunal de Justiça decide que é devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais no regime de substituição tributária
22 de março de 2022

Em sessão de julgamento ocorrida no dia 09 de março, os ministros da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiram, por unanimidade, que o contribuinte tem direito ao ICMS pago a mais na substituição tributária para frente quando a base de cálculo efetiva da operação se confirmar inferior a presumida no momento do cálculo do tributo. A decisão foi retomada em juízo de retratação.
O caso em questão trata-se de uma Ação Rescisória (AR 3147/GO), em que o julgamento havia sido concluído no ano de 2010, e, na ocasião, teve parecer favorável ao Fisco do Estado de Goiás, definindo que o contribuinte teria direito a restituir ICMS na substituição tributária “para frente” apenas no caso de não ocorrência do fato gerador presumido, mas não quando a venda, na etapa seguinte, ocorresse a um preço inferior ao previsto inicialmente.
Entretanto, o contribuinte argumentou que a Suprema Corte, em 2016, através do julgamento do Tema 201/STF, firmou a tese de que “é devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”.
No julgamento do Tema 201, o Supremo Tribunal Federal ao interpretar o § 7º do art. 150 da Constituição Federal definiu “ser possível a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS pago a maior no regime de substituição tributária progressiva ou para frente quando a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. Desse modo, havendo possibilidade de se apurar a operação real, essa prevalecerá e não mais a presunção.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça acolheu o argumento apresentado pelo contribuinte.
AGF Advice Consultoria Legislativa, Tributária e Empresarial